Como uma pintura em tela,
ele observa, da janela,
o luar que beija o mar,
e se reflete no seu olhar.
Prisão em sua cela,
com palavras na janela,
onde expõe sua dor contida,
e a tristeza de sua vida.
Tornando-se, assim, sentinela,
na vigília da janela,
mira o passado em silêncio,
e clama pela liberdade de seu espírito tenso.
Então, lança uma pinguela,
pela luminosa janela,
um fio tênue, um último caminho,
para atravessar a margem, sozinho,
que sua alma, enfim, se cure
na justiça divina, sem mais temor ou impureza.
ALEXANDRE M. BRITO
